
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil-RJ), foi preso na manhã desta quarta-feira (3) durante operação da Polícia Federal. Ele é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, que mirava a desarticulação política e econômica do Comando Vermelho.
Ao chegar à Superintendência da PF para uma reunião com o superintendente Fábio Galvão — convite que aceitou espontaneamente — Bacellar recebeu voz de prisão. Seu celular foi apreendido, e agentes também encontraram R$ 90 mil no carro usado por ele para ir ao encontro.

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da ADPF das Favelas. Moraes também ordenou o afastamento de Bacellar da presidência da Alerj e autorizou buscas em endereços ligados ao parlamentar, além de seus gabinetes.
A ação desta quarta-feira recebeu o nome de Operação Unha e Carne e cumpre um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, segundo a PF. Há ainda um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares.
O STF determinou que a PF aprofunde investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos do Rio de Janeiro, incluindo suas conexões com agentes públicos.
Nem Bacellar nem a Alerj se pronunciaram até o momento.
A suspeita de vazamento está ligada à Operação Zargun, na qual o deputado TH Joias (MDB-RJ) foi preso por suspeita de usar o mandato para favorecer o crime organizado. As investigações indicam que ele teria intermediado negociações envolvendo drogas, fuzis e equipamentos.
Quem é Rodrigo Bacellar
Advogado e filiado ao União Brasil, Bacellar cumpre seu segundo mandato como deputado estadual. Ele preside a Alerj desde fevereiro de 2023. Entre 2021 e 2022, foi secretário de Governo do Rio de Janeiro, no mandato de Cláudio Castro (PL).
Atualmente, é considerado uma das principais apostas do bolsonarismo para disputar o governo do estado na próxima eleição, com apoio de Jair Bolsonaro (PL).