Uma operação de grande repercussão foi deflagrada nesta quarta-feira pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), com participação da Polícia Federal e da Polícia Penal do Ceará. Batizada de Operação Escudo Aéreo, o objetivo era desmantelar um esquema criminoso que empregava drones para transportar celulares, drogas e outros itens ilícitos para dentro de unidades prisionais no estado.
Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, autorizados pela Vara de Delitos de Organização Criminosa. Entre os detidos estão dois dos operadores de drones, um empresário envolvido em fraudes e um interno do presídio Itaitinga 3, apontado como peça-chave na articulação da entrada dos ilícitos.
O esquema investigado permitia que facções criminosas mantivessem contato constante com seus comparsas do lado de fora. Os drones chegavam a sobrevoar os presídios carregando pacotes com celulares — ferramenta essencial para que os presos comandassem ações criminosas mesmo estando atrás das grades.
Segundo balanço da investigação, no Ceará foram apreendidos durante o ano mais de 23 drones, junto com centenas de aparelhos como smartphones, celulares analógicos e relógios inteligentes, além de porções de drogas.
Para as autoridades, a operação evidencia a sofisticação cada vez maior de grupos criminosos: não bastam os métodos tradicionais de contrabando por túneis ou visitação, mas agora utilizam veículos aéreos não tripulados para burlar a segurança prisional.
O secretário da Administração Penitenciária do Ceará afirmou que ações de inteligência e monitoramento aéreo são prioridades para coibir essas práticas. A integração entre as forças de segurança foi apontada como fundamental para interromper o envio de materiais ilícitos e fortalecer a disciplina nas prisões.