A mais recente reviravolta no processo que investiga a chamada “trama golpista” culminou, nesta terça-feira, com a prisão dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ambos ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro. A detenção foi ordenada pelo STF após a declaração de trânsito em julgado — quando não cabem mais recursos — e marca o início do cumprimento efetivo das penas definidas no julgamento.
Heleno — ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — recebeu condenação de 21 anos de prisão, enquanto Nogueira — ex-ministro da Defesa — foi sentenciado a 19 anos, ambos em regime inicial fechado. As acusações contra eles incluem crimes graves como tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
Logo após a ordem judicial, os dois militares foram conduzidos ao Comando Militar do Planalto, em Brasília — unidade militar adequada para presos de alta patente, conforme estabelece o estatuto das Forças Armadas. A operação de prisão contou com a presença de oficiais de alta patente, evidenciando a formalidade e gravidade da execução da sentença.
A prisão dos generais faz parte de um movimento amplo do STF, que também decretou a execução de penas para outros integrantes do núcleo central da trama, inclusive para o ex-presidente Bolsonaro. Com isso, encerra-se oficialmente a fase recursal do processo, abrindo caminho para o cumprimento de sentenças que têm repercussões políticas e institucionais profundas — tanto para os condenados quanto para as Forças Armadas e o sistema de justiça.