Escolha de Flávio como pré-candidato em 2026 divide bolsonarismo e PL.

A indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República em 2026 provocou reação dividida entre aliados do bolsonarismo e integrantes do PL. Segundo apuração do analista político Pedro Venceslau, no CNN 360º, dirigentes próximos afirmam que “ainda é muito cedo para cravar” que Flávio será, de fato, o nome do partido.
Entre aliados, o clima é de ceticismo sobre a viabilidade eleitoral do senador. Fontes ouvidas pela CNN avaliam que o movimento teria caráter estratégico para ocupar o vácuo deixado na direita com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dirigentes do PP, do Republicanos e do próprio PL avaliam que Flávio, na prática, estaria se posicionando para compor uma chapa como vice. Outros aliados enxergam a indicação como uma tentativa de recompor a unidade da família Bolsonaro após divergências recentes — especialmente após a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desautorizar acordos políticos no Ceará.
“Foi uma briga em praça pública o que aconteceu essa semana. Essa disputa entre Michelle e Flávio deixou dúvidas sobre quem é o porta-voz e o candidato da família”, relatou Venceslau.
No entorno do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — considerado um dos potenciais nomes da direita para 2026 — a expectativa era de que Jair Bolsonaro só definiria seu candidato preferido entre março e abril do próximo ano. O anúncio antecipado, portanto, surpreendeu aliados, especialmente aqueles que acreditavam na possibilidade de Tarcísio ser o escolhido. Publicamente, porém, o governador reafirma que buscará a reeleição em São Paulo.
A avaliação predominante entre partidos e analistas é que Flávio não seria competitivo em uma disputa presidencial devido às investigações que enfrenta e à rejeição associada ao sobrenome. Para aliados, sua candidatura poderia facilitar a reeleição de Lula (PT).
Flávio diz que primeira ação será negociar anistia

Neste sábado (6), Flávio Bolsonaro afirmou que, agora como pré-candidato indicado pelo pai, sua “primeira ação” será iniciar conversas com lideranças políticas de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para aprovar uma anistia.
Em publicação no X, o senador escreveu:
“Tomada a decisão ontem, hoje começo as negociações! O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano!”
Ele acrescentou:
“Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita!”
A anistia defenderia, entre outros, o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) por comandar tentativa de golpe de Estado. Apesar de ser bandeira central do bolsonarismo, a proposta de anistia não avançou no Congresso até o momento.
Fonte: CNN Notíticas, Redes Sociais de Flávio Bolsonaro.