O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, afirmou que o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro é grave e pode justificar a concessão de prisão domiciliar. A declaração foi feita durante entrevista ao Painel, da Folha de S.Paulo, ao comentar também a situação do general da reserva Augusto Heleno.
“É outro que anda no fio da navalha. O Bolsonaro pode morrer de um dia para o outro”, disse Mourão, ao argumentar que ambos enfrentam problemas de saúde que, segundo ele, deveriam ser considerados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o senador, Augusto Heleno, que tem 78 anos, apresenta complicações de saúde decorrentes da idade e do desgaste acumulado ao longo da carreira militar. Mourão afirmou que essas condições já teriam sido levadas ao conhecimento do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos envolvendo os investigados.
A fragilidade da saúde de Bolsonaro vem sendo citada por aliados há algum tempo e foi recentemente utilizada pela defesa do ex-presidente em pedidos para autorização de cirurgia e para reiterar o pleito de prisão domiciliar.
Apesar de integrar o mesmo campo político de Bolsonaro, Mourão se afastou do ex-presidente ainda durante o mandato. A relação entre os dois se deteriorou ao longo do governo, com críticas públicas de Bolsonaro ao então vice. Em entrevista concedida em 2021, o ex-presidente declarou que Mourão tinha “independência muito grande” e que, por vezes, “atrapalhava”.
Posteriormente, Mourão reconheceu que houve uma “guerra fria” entre ambos e afirmou que nunca foi procurado por Bolsonaro para discutir os conflitos internos da gestão. “Uma conversa mais detalhada poderia ter evitado choques que não precisavam ter ocorrido”, afirmou em 2022.
Em entrevista à Folha, em julho do ano passado, Mourão também declarou que acredita que Bolsonaro teria sido reeleito em 2022 caso ele não tivesse sido substituído pelo general Walter Braga Netto como vice na chapa.
Informações da Folha de S.Paulo.
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