Durante sua participação na cúpula Etos IA, o filósofo Clóvis de Barros Filho fez um alerta contundente sobre o papel da inteligência artificial no mundo contemporâneo. Para ele, apesar de todo o avanço tecnológico, a IA nunca deve operar de forma totalmente autônoma: “A IA, por ser artificial, deve sempre ser enquadrada pela inteligência humana”.
Clóvis argumenta que, embora os sistemas inteligentes hoje consigam executar tarefas complexas, eles ainda partem de premissas definidas por humanos — e, por isso, precisam de orientação moral e ética clara. Segundo o filósofo, confiar unicamente na capacidade das máquinas sem supervisão humana abre espaço para riscos sociais e éticos que podem comprometer valores fundamentais.
Além disso, ele destacou a importância de manter um “freio humano” sobre as inteligências artificiais. Para Clóvis, não se trata apenas de utilizar a IA como ferramenta, mas de integrá-la de forma consciente: a máquina pode acelerar processos, mas a tomada de decisão final, especialmente nas questões mais sensíveis, precisa permanecer nas mãos humanas.
Ele também ressaltou que a humanidade precisa desenvolver uma cultura de responsabilidade em torno da IA. Isso significa capacitar profissionais para lidar com sistemas cada vez mais sofisticados, criar regulamentações eficazes e estimular o debate público sobre limites e governança.
A fala dele reforça uma tendência crescente no campo da tecnologia: a ideia de que o futuro da IA não será definido por sua independência, mas por sua interação com a inteligência humana — um arranjo no qual o valor cognitivo combinado entre humanos e máquinas é maximizado.