Com a chegada da Black Friday, criminosos cibernéticos estão apostando alto em golpes sofisticados: têm criado páginas que imitam com precisão os sites da Havan e da Shopee, oferecendo descontos de até 70%, mas com uma pegadinha perigosa — só aceitam pagamento via PIX. Segundo a empresa de segurança digital ESET, essa limitação na forma de pagamento é um dos principais indícios de fraude.
Os sites falsos copiam não apenas o visual das lojas legítimas, mas também alguns detalhes de navegação e layout, o que pode enganar até usuários atentos. Para aumentar o senso de urgência e convencer as vítimas a concluir a compra, os fraudadores usam técnicas como contagem regressiva, destaque para “últimas unidades” e alertas de estoque esgotando.
Quando o consumidor chega na parte de pagamento, a armadilha se revela: ao solicitar apenas dados pessoais e o pagamento imediato via Pix, os golpistas dificultam qualquer chance de estorno ou rastreamento. Além disso, os domínios dessas lojas falsas são cada vez mais numerosos: segundo a Check Point Software, só em outubro foram criados 1.519 novos domínios com nomes parecidos a grandes varejistas, um aumento de 24% em relação ao mês anterior.
Mesmo com aparência bem trabalhada, esses sites falsos costumam ter falhas. Especialistas recomendam atenção especial à URL: muitos domínios fraudulentos terminam em extensões estranhas, como “.app”, ou apresentam erros óbvios de digitação no nome (“Shope” em vez de “Shopee”). Também é possível notar inconsistências no layout, como ícones de redes sociais que não funcionam ou seções da página quebradas.
Para se proteger, os especialistas dão várias dicas importantes:
- Digite o endereço da loja diretamente no navegador ou use o app oficial, em vez de acessar por links recebidos no WhatsApp, SMS ou redes sociais.
- Desconfie de ofertas muito abaixo do preço de mercado — esse é um dos métodos mais comuns para fisgar vítimas.
- Evite sites que só aceitam Pix — se for escolher, prefira opções com mais formas de pagamento.
- Analise bem a estrutura da página: erros visuais, formulários mal formatados ou ausência de certificados de segurança (“cadeado” na barra de navegação) são sinais de alerta.
Se você já fez um pagamento para um site falso, o recomendado é agir rápido: entre em contato com seu banco, relate a fraude e, se possível, solicite o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para tentar reverter a transação via Pix.